sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A DANÇA PELO MUNDO (BALÉ). ORIGENS E TRAJETÓRIAS.


FACULDADE ANGEL VIANNA
CURSO DE POS GRADUAÇÃO
Aluna: Maria Edwis Torres Emílio


“A dança facilita o resgate da criatividade, da liberdade e do auto-conhecimento do corpo, e das possibilidades nele existentes, despertando para as emoções que refletem na percepção da vida, através do movimento.”
Edwis Torres



A DANÇA PELO MUNDO (BALÉ). ORIGENS E TRAJETÓRIAS.
O corpo instrumento de arte da Dança necessita ser disciplinado e desenvolvido a fim de que o mesmo atinja, por meio doa movimentos harmônicos e coordenados, toda a plasticidade, pureza nas linhas de expressões possíveis. Por tanto a dança é a arte do movimento, onde a beleza e a estética é muito cobrada.

A necessidade natural e instintiva do homem de exaurir-se pela movimentação faz da dança a mais antiga arte criada pelo homem.

Os homens dançaram muito antes de cantarem. Os homens dançavam para pedir chuva, para cura de doenças, para manifestação de combate e por ai vai.

Sem que desaparecesse do seu primeiro palco natural a África Negra, para evolução em que se processou através do Egito, da Caldeia, da Assíria, da Judéia, da Pérsia, da Índia, do Japão, da Europa ocidental e outros prosseguido pela Idade Média e a Renascença, quando se caracterizou como arte natural. Essa Dança classificada como Instintiva e Primitiva.


Da Itália para a França:

O balleto da arte italiana migrou para França quando Henrique II, em 1533, casou-se com Catarina de Medici, onde esse se transformou em balé. Luís XIV, bailarino nos bales da corte, patrono das artes, criou a “Academia Royale de Danse” em 1661. Tendo com mestre de dança Pierre Beanchamps, criou posições para os pés, e,ainda criou muitos divertissements,e comédias- balés , e comédias- “Le Triunphe” de L”Amour”(1681), com a colaboração de Molliere foi a obra prima de Beauchanps e Lully ;ela agradou La Fontaine, a primeira mulher a dançar profissionalmente o balé. Daí por diante o francês tornou-se a língua oficial do balé, e seus passos são descrito por ela.

Da corte para o Clássico:

Baltazar Beaujoyex Coreógrafo que transformou o balé da corte em balé teatral, sua primeira grande montagem na França foi o “Ballet Comique de la Reine em 1581, com diferentes linguagens artística, com produção de libreto para o público de dez mil pessoas, o espetáculo durou 6 (seis) horas, durante à noite, com um triunfo final - o sol. Esse acontecimento foi o marco para o surgimento do balé clássico.

O aperfeiçoamento do balé clássico foi tão relevante que grandes escolas foram se concretizando, Rússia, Itália, França, Inglaterra, Estados Unidos, Cuba e China.


Balé na Rússia:

O Balé russo é dotado de uma escola técnica e de um estilo próprio, mesmo sendo originado do balé Frances e do Italiano. Seus princípios datam do início do século XVIII.

As escolas imperiais do balé russo de São Petersburgo, Moscou e Varsóvia desde o inicio tiveram uma atenção especial do czares e da aristocracia.Métodos de ensino e treinamento foram severos e sempre aperfeiçoados As exigências técnicas, os dotes físicos e o temperamento do povo russo e a riqueza da tradição das danças populares fizeram o balé russo, em dois séculos, um balé que assombrou o mundo.

Seus mais importantes mestres foram: Carlos Blasis, Landet (fundaram a Escola Imperial de São Petersburgo) e principalmente Marius Pepita, criados das imortais obras Quebra-Nozes (1892), com Cecchetti e Ivanov, O Lagos dos Cisnes (1895) todos com música de Tchaikovski.


Balé na China:

Trazido pelos russos em 1920-1930 teve o maior desenvolvimento do balé na China, principalmente para as grandes cidades (Xangai, Harbin e Beijing). Os russos fundaram escolas de balé mais tarde. Embora poucas pessoas tiveram acesso a arte ocidental, essas escolas de balé tiveram um papel fundamental na arte do povo chinês.

Hoje, a Beijing Dance Academy , que antes fora a Dance School, sua fundação deu inicio ao Balé na China e 1954. Desde então o balé vem se desenvolvendo na China.

Os elementos na cultura chinesa foram incorporados ao balé, por meio de adaptações, com a lenda chinesa Fish beleza, que foi grande sucesso na época.

Durante a revolução cultural (1966-1976) oportunidades especiais para o bale chinês, algumas obras criadas com temas relacionadas à revolução chinesa, tais como: O Destacamento Vermelho de Mulheres e A – HAIREB GIRL BRANCO, que se tornaram marco na criação do balé dramático na china.

Balé em Cuba:

Fundada por Alícis Alonso, e seu marido, Fernando, Fundaram em 28 de Outubro de 1948 a Ballet Company, com vertente romântica e clássica.

Quando Fidel assumiu o controle da ilha, um dos seus compromissos era tornar a arte ao alcance de todos (1959).

Uma nova era para o balé cubano. A vinda da revolução, e posterior financiamento pelo governo Fidel o balé tornou-se importante para o país e para sua identidade. Como parte de um mero programa cultural, a empresa foi reorganizada e passou a chamar-se Ballet Nacional de Cuba.


Na Alemanha:

Na Alemanha nasceu a dança expressionista, que se propunha objetivar a manifestação de processos anímicos, com a superação do objeto e a renúncia a toda ilustração das sensações. A emoção é que determina a forma, espontânea entre os partidários de Wigman, e elaborada, entre os de von Laban. O bailarino clássico busca a beleza, o aluno de Wigman busca o efeito da ruptura da harmonia corporal na deformação eloqüente. No expressionismo alemão, como havia sucedido com Isadora Duncan, o peso, a gravidade, novamente se apoderam do bailarino, como uma força estética.

Os estudos de Rudolf von Laban resultaram na introdução do Realismo e do Naturalismo na dança. Para van Laban, o bailarino deve sentir o gesto, pois este nasce do sentimento. Sua doutrina é essencialmente um raciocínio sistematizado. Parte da análise do movimento e considera a dança como uma arte do espaço, situando o dançarino dentro de um icosaedro. Por esse caminho, conseguiu realizar obras de alguma importância, como Agamenon. Também ele elaborou um sistema de notação da dança.

Mary Wigman, aluna de von Laban como Kurt Jooss, e ainda de Jaques-Dalcroze, influenciou toda uma geração de bailarinos. Dançou como solista em muitas cidades da Europa e dos EUA, e fixou sua escola em Dresden. Wigman queria libertar a dança da música, e exprimir o que existe de mais sensível no mais profundo do ser. Segundo sua teoria, o corpo é um instrumento completo. Assim, partia ela da dança em silêncio, com um mínimo de sonoridade, seguindo-se pouco a pouco a música. A personalidade vigorosa de Wigman afirmou-se nas coreografias para solistas mais do que nas de conjunto, e sobretudo em seus ensinamentos.

Kurt Jooss foi provavelmente o maior artista do Expressionismo alemão. Organizou uma companhia e visitou, com sucesso, diversos países. Sua criação mais conhecida é "A Mesa verde", uma sátira das conferências diplomáticas e da guerra. Seus bailados eram narrativos e a técnica empregada uma forma sintética de combinação da força e leveza do balé com a liberdade e a fluidez da dança moderna.

Balé no Basil:

Pode-se dizer que a história do balé no Brasil começou em 1927, com a vinda da bailarina russa Maria Oleneva para o Rio de Janeiro. Ela fundou a Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal, que se tornou o principal centro de formação de bailarinos no país.

Depois de Oleneva, vieram outros europeus, como o tcheco Vaslav Veltchek, que a partir de 1939 deu novo impulso ao balé no Brasil, como coreógrafo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e organizador da escola de bailados da prefeitura paulistana. Mais tarde participou da fundação do Ballet do IV Centenário de São Paulo e no Rio de Janeiro fundou o Conjunto Coreográfico Brasileiro. Veltchek elaborou várias coreografias baseadas no folclore brasileiro, como Uirapuru, de Villa-Lobos, e Festa da roça, com músiaca de José Siqueira.

Outro nome importante é o de Tatiana Leskova, que a partir de 1945 atuou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, primeiro como bailarina e depois como mestre de balé e coreógrafa. Juntamente com Igor Schwezoff, participou em 1946 da formação do Balé da Juventude. As inovações do balé moderno foram trazidas ao Brasil em 1949 pelos Ballets des Champs-Elysées. Aqui ficou como mestre um de seus integrantes, Pierre Klimov. Eugênia Feodorova chegou ao Brasil em 1955, atuando como mestre de balé e coreógrafa do corpo de baile do Teatro Municipal. E em 1962 foi chamado para trabalhar no Rio de Janeiro o coreógrafo e maître-de-ballet William Dollar.

O Teatro Municipal de São Paulo possui uma grande escola, fundada em 1940 e oficializada em 1947. A Universidade Federal da Bahia, em Salvador, tem um curso de dança, agregado a sua Escola de Teatro. E são milhares os cursos independentes em todo o Brasil, sobretudo em São Paulo e no Rio Grande do Sul. A técnica acadêmica do balé, como concebida hoje, é russa e resultou da fusão dos estilos italiano e francês. O estilo italiano desenvolveu-se acrobaticamente, caracterizando-se pelo allegro, movimentos vivos, angulosos, com certa rigidez.

Os braços estendidos vigorosamente, a velocidade, a técnica, o virtuosismo são suas marcas. No estilo francês destacam-se a graça, a leveza, os movimentos arredondados, braços leves, o adagio.

Dessas duas escolas resultou uma fusão ideal no estilo russo do século XIX: a graça de uma e o virtuosismo da outra, aliados ao temperamento emotivo do povo russo. Os bailarinos russos fizeram uma síntese, tirando de cada uma o que tinha de melhor.

Entre as obras brasileiras de ballet que mais se destacaram, temos: Uirapuru, O Garatuja, O Descobrimento do Brasil, Maracatu de Chico Rei e Salamanca do Jarau.


Bibliografia:

ACHAR, Dalal. Ballet. Arte, Técnica e Interpretação. Cia de Artes Gráficas. RJ, 1980.
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. Jorge zahr Editor. RJ, 1986.
PERREIRA, Roberto. Lições de Dança. Univer Cidade Editor. RJ.
BERMAN, Maeshall - 1940. Tudo que é sólido se desmancha no ar. Traduzido por: MOISÉS. Carlos F. & IORIATTI, Ana Maria L. SP, Companhia da Letras, 1986.



Nenhum comentário:

Postar um comentário