sábado, 13 de fevereiro de 2010

História da dança

A dança, tendo o corpo como elemento principal para sua construção, foi tratada, a princípio, como algo de desvirtuamento do sexo e da matéria. Olhar o corpo sempre foi visto com certo constrangimento, e olhar o corpo que dança; significava fonte de pecado. Por meio da dança o corpo expressa sua crença e sua história. Por isso, no passado, a dança de negros e pobres desagradou tanto à nobreza como ao cristianismo.


Foram os corpos dançantes que quebraram a monotonia das cortes e reinados. Porém, no balé da corte só os homens dançavam, e só os nobres eram professores. Na França, séc. XVIII, foram atribuídas normas e nomenclaturas até hoje utilizadas no balé. Calçando sapatilhas de ponta e dançando balé de forma romântica, aparece o corpo feminino, nasce historicamente o balé clássico.

Com o passar do tempo, a dança sofreu metamorfoses. O corpo buscou inspiração na natureza, as sapatilhas foram dispensadas, passou-se a dançar descalço, sentindo o chão e outras partes do corpo. O movimento de fluidez foi inspirado nos ventos, no balanço no mar, e o ritmo no vôo das gaivotas – nasce a dança moderna.

Quanto à dança de salão, sua origem pode ser atribuída ao surgimento da valsa, há vários séculos, nas regiões montanhosas da Alemanha e Áustria conhecida como Welle ou Spinner. A princípio considerada vulgar, tornou-se coqueluche na segunda metade do séc. XVIII. Com o passar dos tempos tornou-se uma expressão de alegria, sofreu transformações, contudo sem nunca perder o estilo e a elegância que simbolizava a burguesia – Nascia a dança a dois, era o início da dança de salão. Pode-se afirmar, assim, que a dança de salão nasceu com os mestres de dança da Renascença, como forma de entretenimento para a nobreza.

No Brasil, o surgimento da dança de salão, tem várias fontes, porém é sabido que já dançávamos valsa na época do Império. O certo é que para o recrudescimento da dança de salão no Brasil, não podemos deixar de fazer menção a Maria Antonietta Guaycurus de Souza, grande mestra, que no Rio de Janeiro, desenvolveu técnicas e metodologia para o ensino da dança de salão. Pois na escola da vida, onde anteriormente se aprendia a dançar, com a invasão dos ritmos frenéticos do Dance e outros, as pessoas foram perdendo o costume de dançar a dois.

Hoje a dança de salão é recomendada por vários profissionais da área de saúde, como atividade física e terapêutica. A dança a dois está de volta como forma de resgatar a sociabilidade e contribuir para uma melhor qualidade de vida. E desta feita para ficar.



Edwis Torres.


Bibliografia:

CALAZANS. Julieta. Dança e Educação em Movimento. São Paulo. Cortez, 2003
NANNI. Dionísia. Dança Educação-Principios, Métodos e Técnicas. Rio de Janeiro. Sprit, 2002.
DALAL. Achcar. Ballet-Arte, Técnica, Interpretação. Rio de Janeiro, 1980.

Um comentário:

  1. Adorei a história da Dança, e a forma como você colocou essa introdução como fascinante. Parabéns.

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